O CAROCHINHA
Barbara Wolff «Not yet titled (No. 1)» 2006
(digital C-print)
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O CAROCHINHA
Dos voos de Marcelo, o transformista,
em doméstico dom repousa a asa:
farto de andar ao trapo e ser fadista
torna-se modular dona de casa.
Na modéstia exemplar dessa roupeta
− Ó eleitoral, virtuosa esfalfadeira
de ser dono da casa lisboeta! −
vai Marcelo às mercas na Ribeira,
enche a dispensa, lava a roupa é cozinheiro,
cose a meia, faz tricot, varre a casinha!
Por fim, põe-se à janela e diz faceiro:
Quem quer, quem quer casar com a carochinha?
(Natália Correia)
Dos voos de Marcelo, o transformista,
em doméstico dom repousa a asa:
farto de andar ao trapo e ser fadista
torna-se modular dona de casa.
Na modéstia exemplar dessa roupeta
− Ó eleitoral, virtuosa esfalfadeira
de ser dono da casa lisboeta! −
vai Marcelo às mercas na Ribeira,
enche a dispensa, lava a roupa é cozinheiro,
cose a meia, faz tricot, varre a casinha!
Por fim, põe-se à janela e diz faceiro:
Quem quer, quem quer casar com a carochinha?
(Natália Correia)
Cancioneiro Joco-Marcelino
(In «O Corvo» jornal de campanha eleitoral autárquica da Coligação por Lisboa. Nºs 1 a 8, Nov./Dez. 1989)
Etiquetas: Barbara Wolff (1980) artista plástica romena, Natália Correia (1923-1993)
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